
20 de Maio de 2025 postado por Antonio Collar
Uma escolha de Draft bem feita pode mudar a história de uma equipe na NBA. E não faltam casos ao longo da história que confirmam isso. No caso dos Lakers, por exemplo, é possível afirmar que a escolha de Magic Johnson, em 1979, ajudou a construir a franquia que nós conhecemos hoje.
O mesmo vale para nomes como Michael Jordan (Chicago Bulls), Tim Duncan (San Antonio Spurs), Hakeem Olajuwon (Houston Rockets), Stephen Curry (Golden State Warriors) e tantos outros.
Mas, se tratando de Draft, a verdade é que não existe garantia de sucesso mesmo quando se tem uma das primeiras escolhas na mão. Se não faltam casos que mudaram de vez o curso da história, são muitos também os que acabaram decepcionando.
A história da NBA está cheia de escolhas de Draft que não corresponderam às expectativas. Esses jogadores são comumente chamados de "busts", especialmente quando são escolhidos nas primeiras posições, mas não têm uma carreira de sucesso. Aqui estão alguns dos maiores busts da história da NBA, considerando o contexto da escolha, o talento esperado e o desempenho real na liga.
1. Anthony Bennett (1ª escolha - 2013, Cleveland Cavaliers)
A expectativa nunca foi muito grande, é verdade. Era sabido publicamente que a turma de 2013 não era uma das mais fortes, mas Anthony Bennett ainda assim era apontado como um jovem de muito futuro na NBA. No entando, nunca conseguiu se firmar em Cleveland e em nenhum outro lugar.
Rodou a liga, disputando quatro temporadas por quatro times diferentes, tendo encerrado sua carreira com média de apenas 4.4 pontos por partida. É considerado por muitos com a pior primeira escolha na história do Draft.
2. Darko Milicic (2ª escolha - 2003, Detroit Pistons)
Foi campeão logo no ano de estreia, mas a verdade é que pouco contribuiu para aquela conquista. Visto como o futuro do basquete europeu, Darko foi escolhido no mesmo Draft de LeBron James, à frente de lendas como Carmelo Anthony e Dwyane Wade.
Até conseguiu uma carreira de certa longevidade, tendo se aposentado em 2013, mas rodou por seis equipes em 10 anos sem nunca ser destaque. No seu melhor ano, teve médias de 8.8 pontos com a camisa do Minnesota Timberwolves.
3. Sam Bowie (2ª escolha - 1984, Portland Trail Blazers)
Sam Bowie foi uma vítima do próprio corpo, que nunca o permitiu ter uma sequência apropriada na NBA. Talvez não estivesse na lista se não fosse um outro nome: Michael Jordan.
Bowie foi escolhido antes de MJ na turma de 1984, ficando atrás apenas de Hakeem Olajuwon. O sucesso da lenda do Chicago Bulls e do basquete colocou mais pressão sobre Bowie, que era visto como um dos futuros da liga à época.
O pivô ex-Kentucky ficou por 10 anos na NBA, tendo defendido ainda New Jersey Nets e o próprio Lakers, onde se aposentou em 1995. Mas as lesões, especialmente uma grave na tíbia, impediram de alcançar todo seu potencial.
4. Greg Oden (1ª escolha - 2007, Portland Trail Blazers)
Novamente o Portland Trail Blazers envolvido - esta parece uma maldição da franquia. O time teve a primeira escolha no Draft em que estava Kevin Durant, mas optou pelo dominante pivô que fazia sucesso em Ohio.
A história foi parecida com a de Bowie, mas ainda mais triste. Greg Oden sofreu com lesões desde o início, ficando de fora de toda sua primeira temporada na liga. Retornou no segundo ano, completando 61 partidas.
Na temporada seguinte, uma lesão o tirou de quadra por quase três anos. Tentou um retorno em 2014, no Miami Heat de LeBron e Wade, mas já era tarde demais para ele. Se aposentou tendo disputado apenas 105 partidas na NBA, com média de 8.0 pontos.
5. Kwame Brown (1ª escolha - 2001, Washington Wizards)
Um dos grandes prospectos do começo deste século, Kwame Brown teve a oportunidade de começar a carreira ao lado de Michael Jordan, à época de volta às quadras com a camisa do Washington Wizards.
Apesar de ser apontado como um pivô dominante, nunca conseguiu cumprir aquilo que se esperava dele. Chegou a jogar nos Lakers entre 2005 e 2007, tendo sido trocado para Memphis no negócio que levou Pau Gasol a Los Angeles.
De certa forma, é possível dizer que foi importante para construção do time bicampeão em 2009 e 2010, já que sua saída proporcionou a chegada da peça que faltava para jogar ao lado de Kobe Bryant.
6. Zion Williamson (1ª escolha - 2019, New Orleans Pelicans)
Um dos nomes de maior expectativa no Draft desde LeBron James, em 2003, Zion Williamson era visto como o futuro da NBA desde os tempos de ensino médio. O sucesso em Duke foi apenas a confirmação do que todos já imaginavam: tratava-se de um jogador diferente.
O problema é que no nível profissional quase nunca foi possível vê-lo em ação. Em seis temporadas na liga, Zion jogou mais de 60 partidas apenas duas vezes. Nas outras quatro, sequer passou de 30 - em uma delas o ala-pivô nem em quadra entrou. Para piorar, prestes a completar 25 anos, nunca disputou uma partida de Playoffs.
Ainda tem potencial para dar a volta por cima e já mostrou que talento não é o problema. Mas é difícil imaginar que isso aconteça.
7. Michael Olowokandi (1ª escolha - 1998, Los Angeles Clippers)
O Los Angeles Clippers teve a chance de selecionar ao menos três futuros membros do Hall da Fama — Vince Carter, Dirk Nowitzki ou Paul Pierce estavam todos disponíveis naquele draft. Mas, em vez disso, a franquia apostou alto (e errou feio) ao escolher Michael Olowokandi como a primeira escolha geral.
Conhecido como “The Kandi Man”, o pivô superou os 10 pontos por jogo em apenas duas temporadas na carreira e nunca conseguiu justificar seu potencial. Como jogador do então frágil elenco dos Clippers, ele frequentemente atrapalhava seu próprio desenvolvimento — mesmo ignorando conselhos de veteranos consagrados.
8. Markelle Fultz (1ª escolha, 2017 - Philadelphia 76ers)
Trocar para subir no draft e acabar escolhendo o jogador errado não é exatamente um voto de confiança no famoso “Processo” dos Sixers. Naquele momento, a escolha de Markelle Fultz como número 1 parecia lógica — ninguém questionou muito, apesar do alto preço pago a Boston na troca.
Mas rapidamente ficou claro que a aposta não havia dado certo. Mesmo com o talento evidente que mostrou na universidade de Washington, Fultz jogou apenas 14 partidas em sua temporada de estreia, por conta de uma lesão no ombro. A situação piorou quando ele, aparentemente, esqueceu como arremessar, aumentando ainda mais a frustração da franquia.
Para piorar, o Boston Celtics escolheu Jayson Tatum com a terceira escolha naquele mesmo ano. Hoje é óbvio qual escolha deu certo, não é?