03 de Junho de 2025 postado por Renato Campos
A campanha do Indiana Pacers nos Playoffs da NBA em 2025 surpreendeu até os mais envolvidos com a liga. Sob o comando de Rick Carlisle, a equipe passou por três grandes adversários do Leste Bucks, Cavaliers e Knicks, sem precisar de um único jogo 7.
Mais do que uma zebra, o Pacers mostrou consistência, identidade tática e um modelo que times como o Lakers faria bem em estudar.
Eficiência e profundidade: mais que um ataque veloz
Enquanto parte da mídia tentou justificar o sucesso do Indiana com a suposta fragilidade da Conferência Leste, o desempenho dominante do Pacers mostra que há uma estrutura sólida por trás do resultado. Profundidade no elenco, identidade ofensiva e execução tática foram pontos-chave.
Mas se existe um aspecto específico que o Lakers precisa olhar com atenção, é a maneira como o Indiana construiu seu ataque ao redor da bola de três pontos, não pelo volume, mas pela eficiência.
O contraste com o Lakers: volume sem precisão
Nos playoffs, o Lakers tentou 49,2% de seus arremessos de longa distância, quase metade de todas as tentativas. Foram, em média, 38,8 arremessos de três por jogo, com aproveitamento de apenas 35,1%.
Luka Doncic, mesmo sendo um dos melhores passadores da liga, registrou média de apenas 5,8 assistências por jogo. Um desperdício evidente de seu talento em um sistema com espaçamento deficiente.
Em comparação, o Indiana Pacers arremessou menos bolas de três (33,4 por jogo), representando 39,1% de suas tentativas totais, mas com muito mais qualidade: acertou 40,1% desses arremessos, a melhor marca da pós-temporada.
Ritmo também importa e os números provam isso
Além da precisão nos arremessos, o ritmo de jogo (pace) também diferencia os dois times. O Lakers foi o terceiro time mais lento dos playoffs, com pace de 92.00, bem abaixo dos 98.34 da temporada regular.
Já o Indiana, que era o sétimo mais rápido da liga (100.76), manteve boa velocidade na pós-temporada com 98.44, quase o mesmo ritmo.
Essa diferença se reflete diretamente na capacidade de criar oportunidades mais limpas para arremessadores e pressionar defesas em transição. No caso do Lakers, a desaceleração comprometeu a fluidez ofensiva e reforçou a previsibilidade nas ações com Doncic e LeBron James.
O alerta para Rob Pelinka: cercar Doncic com os jogadores certos
Durante participação no podcast Mind the Game, Steve Nash chamou atenção para a habilidade de Doncic em punir defesas com o "passe tardio", aquele que encontra o companheiro livre após a defesa colapsar.
Esse tipo de jogada exige arremessadores prontos e confiáveis no perímetro, algo que o elenco atual do Lakers não oferece em abundância.
Para maximizar o potencial de Doncic e prolongar o impacto de LeBron, o gerente geral Rob Pelinka precisa priorizar a chegada de alas com bom aproveitamento do perímetro e de um pivô atlético que atue como ameaça constante no garrafão.
O que está em jogo: competir em um Oeste cada vez mais jovem e rápido
O modelo do Pacers prova que é possível competir em alto nível com um elenco jovem, rápido e bem treinado, sem depender de estrelas consagradas.
Para o Lakers, que aposta na genialidade de Doncic e LeBron, o desafio é montar o entorno ideal: mais espaçamento, mais velocidade e menos dependência de jogadas forçadas no mano a mano.
A offseason de 2025 será decisiva para transformar essa estrutura. Não basta apenas mirar em nomes de peso como Kevin Durant ou Giannis Antetokounmpo, é preciso aprender com os que estão chegando mais longe.
O que você mudaria no elenco atual do Lakers para seguir o exemplo do Indiana? Deixe sua opinião nos comentários.