Espalhe!
  • facebook
  • twitter
  • whatsapp
  • Bate Papo 0
    de_olho_no_sistema_ofensivo_do_lakers

    Que a grande maioria está descontente com o trabalho de Byron Scott não há dúvidas. O treinador do Lakers, que no passado já fez grandes trabalhos à frente do Nets e do Hornets, não está acertando a mão em L.A.

    As reclamações dos analistas e torcedores passam por todos os campos do jogo, desde decisões técnicas, como não pedir tempo no final de um jogo apertado para armar uma jogada até a falta de energia e entusiasmo no comando do time. Esta parte é a que considero menos importante, afinal, Phil Jackson mal levantava de sua cadeira.

    Vamos falar de dados técnicos, analíticos. Antes disso, você sabia que o esquema ofensivo do Lakers é a Princeton Offense? Este estilo de jogo foi desenvolvido por Pete Carril na Universidade de Princeton. Ela precisa de jogadores que são habilidosos no passe, que possuam bom drible e controle de bola e ótimos arremessadores de três pontos. Sem falar na famosa boa leitura de jogo, ser esperto.

    Os problemas já começam aí. De todas estas características, falando de forma geral, o time só pode dizer que está atendendo a demanda no quesito drible. E dependendo da quantidade de dribles, isto também pode ser negativo. Hoje o Lakers é o 25º da Liga em assistências. Para um esquema ofensivo onde isto é o pilar, a coisa está feia.

    Outros detalhes também demonstram porque o time não está executando bem o esquema ofensivo. É aí que os dribles jogam contra, pois 13,3% dos arremessos do Lakers são efetuados com 7 dribles ou mais. Para se ter uma ideia, o Wolves, que até pouco tempo estava lá embaixo na classificação com o Lakers e hoje está na porta da 8ª posição no Oeste, faz somente 8,7% dos seus arremessos com 7 dribles ou mais. O Golden State Warriors, atuais campeões, somente 5,6%.

    Muitos dribles resultam em poucos passes e impactam a movimentação de bola. Outro quesito vem à tona. Os arremessos feitos de maneira difícil, contestada pelo adversário. Um time sem grandes estrelas, como o Atlanta Hawks, mas que movimenta bem a bola, realiza 18% de seus arremessos com marcação “em cima”. O Lakers no mesmo quesito está com 21,3%. Pode parecer pouco, mas 3% é uma grande diferença.

    Falando em passes, a quantidade de passes efetuados mostra que o time realmente não movimenta bem a bola. E este é um princípio básico da Princeton Offense. O jogador que mais efetua passes no Lakers é Julius Randle. Quando dizemos passe, não significa assistência e sim fazer a bola fluir. Randle executa 37,9 passes por jogo, seguido de D’Angelo Russell, com 37,8. Jordan Clarkson vem muito atrás, com 31,6. Para se ter uma ideia, vamos usar o Atlanta Hawks como exemplo novamente. Jeff Teague (53,2), Paul Milsap (48,1), Dennis Scott (44,6), e Al Horford (44,6) estão bem acima dos melhores passadores do Lakers. Kent Bazemore (34,4) ainda tem melhor média que o 3º melhor do Lakers (Jordan Clarkson).

    Se falarmos de ter bons passadores e criadores de jogadas para uma boa execução da Princeton Offense, Draymond Green, por exemplo, seria um pilar fenomenal. Na Princeton, o pivô precisa ter como característica ser bom passador, arremessar bem de média distância e ter certa habilidade no controle de bola. Green faz nada mais nada menos que 62,2 passes por jogo. Steph Curry, que vem sendo uma máquina de fazer arremessos passa a bola 60,7 vezes. Roy Hibbert tem um bom arremesso de média distância, mas vem arriscando poucas jogadas, percebe-se que este forte do seu jogo não é explorado.

    Ao assistir os jogos fica clara a falta de fluidez no sistema ofensivo. Recentemente Julius Randle reclamou publicamente que os egos deveriam ser deixados de lado. No jogo contra o Orlando a última posse de bola do Lakers, para matar a partida, não teve troca de passes nem um pedido de tempo. Um esquema ofensivo que não tem os jogadores adequados para executá-lo pode matar um time no gás pela dificuldade com que são realizados os arremessos. Sem falar na quantidade de dribles para executá-los. Scott precisa começar a adaptar o esquema para a característica dos jogadores e melhorar as rotações ofensivas. Dois jogadores que dominam muito a bola como Lou Williams e Nick Young não podem jogar juntos muito tempo.

    Na próxima análise falaremos do sistema defensivo. Aguardem! 

    Fala aí!

    Lakers Brasil: Desde 2006, tudo sobre o Los Angeles Lakers

    • Facebook
    • Instagram
    • Twitter
    logo labr