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    defesa_e_capacidade_tecnica_ou_do_tecnico_ou_os_dois

    Acompanhar os números de desempenho de jogadores é algo essencial para uma comissão técnica. Os trabalhos específicos são delegados para os assistentes técnicos. Quem analisa dados estatísticos na comissão do Lakers é Clay Moser. É claro que o trabalho de análise de dados não é só dele, envolve outros assistentes como Mark Madsen, por exemplo, e o próprio treinador. Em teoria, Moser analisa as informações e divide os dados com os assistentes de Scott e o próprio treinador. Possíveis deficiências identificadas também podem ser alertadas para o assistente de desenvolvimento de jogadores, Larry Lewis, para que ele possa fazer trabalhos diferenciados com cada um.

    Confesso que até agora vi pouca evolução na parte defensiva do time. Não culpo somente o treinador. Os jogadores tem sua parcela também. No jogo contra o Bulls as cenas foram lastimáveis, tanto no coletivo quanto no individual. Ver um Kobe Bryant com 20 temporadas nas pernas, jogando seu último ano e caçando Jimmy Butler por toda a quadra ao ponto de ficar extremamente ofegante para poder mostrar aos companheiros como se jogar com intensidade foi deprimente.

    Em teoria todos deveriam estar correndo por Kobe e não o contrário. Esta falta de intensidade do time é visível sem precisar olhar os dados, mas quando se trata de desenvolver atletas, os dados precisam ser mostrados para que eles entendam onde está o problema e como atuar. Eu me pergunto, será que isto está sendo feito pelo Lakers? D’Angelo Russell recentemente disse não saber como questionar o próprio treinador sobre como melhorar seu jogo.

    Quando falamos de análise defensiva, são muitos os campos que podem ser verificados para determinar onde está o problema. Gostaria de abordar um aspecto aqui com vocês, a contestação individual de arremessos. Vimos contra o Bulls um show de jogadas onde sequer um jogador do Lakers estava presente para contestar um arremesso. E quando essa contestação foi feita, geralmente era com baixa intensidade ou com pouco poderio técnico.

    Vou explicar como funciona esta análise. Para isto, já adianto que o melhor defensor do Lakers neste quesito é Metta World Peace. Quando falamos de Metta, nem precisa tocar no item intensidade, que ele tem de sobra. Vou usar ele para mostrar como é feita a interpretação dos dados.

    Em 18 jogos disputados por Metta até aqui, os jogadores que iriam enfrentá-lo convertiam em média 44.8% de seus arremessos. Quando World Peace os marcou esse aproveitamento caiu para 41.4%. Uma queda de 3.4% no aproveitamento. Parece pouco, mas faz uma enorme diferença, pois além da capacidade técnica de defender, Metta imprime intensidade, está sempre “ligado”.

    Kawhi Leonard do Spurs, melhor defensor da Liga ano passado consegue que esta queda de aproveitamento de seus oponentes seja de 5.1%. Contando com World Peace, o Lakers tem somente 5 jogadores que conseguem fazer com que o adversário tenha queda de rendimento na conversão de arremessos.

    Classificarei de uma forma para fácil visualização. Do melhor ao pior, passando por etapas. Nesta primeira etapa, será o nome do jogador e o quanto ele consegue provocar de queda de rendimento no percentual de conversão de arremessos de seus adversários, por isto teremos o sinal negativo à frente do número, ou seja, são os melhores:

    Metta World Peace: -3.4%
    Anthony Brown: -2.7%
    Ryan Kelly: -2.2%
    Lou Williams: -1%
    Larry Nance Jr: -0.2%

    Agora o percentual de conversão estará com sinal de positivo à frente, pois retrata que o adversário converte um percentual maior em relação à sua média, contra os jogadores listados abaixo:

    Roy Hibbert: +0.7%
    Robert Sacre: +1%
    Jordan Clarkson: +1%
    Kobe Bryant: +1.6%
    Tarik Black: +2.1%

    Há um outro grupo de jogadores que preocupam, pois o adversário marcado por eles tem um ganho significativo no percentual de conversão de arremessos:

    Julius Randle: +3%
    Brandon Bass: +3.1%
    Nick Young: +3.1%
    D’Angelo Russell: +3.6%
    Marcelo Huertas: +13.8%

    Vamos à algumas considerações:

    Julius Randle: não nega fogo em intensidade, mas ainda é muito inexperiente no campo defensivo. Apesar de pegar muitos rebotes, a defesa homem a homem carece de treino específico.

    Brandon Bass: vem jogando fora de posição e isto tem influência direta de Scott. Conhecido pela intensidade, Bass tem tido dificuldade de marcar jogadores maiores por estar atuando como pivô. Seu desempenho é melhor em sua posição original (+0.8% no ano anterior).

    Nick Young: nunca se preocupou com a parte defensiva e em geral está desligado. Um jogador que ao meu ver, tanto na parte técnica quanto na parte de mentalidade de jogo, deveria estar fora do Lakers.

    D’Angelo Russell: clássico caso de falta de intensidade. Russell demonstra estar desligado diversas vezes e a falta de sintonia com o treinador é um claro fator de influência negativa nisto.

    Marcelo Huertas: é com extremo pesar que chego à conclusão que Huertas e Lakers não foi um casamento que deu certo. Marcelo já foi envergonhado algumas vezes na marcação de seus oponentes e já não é mais o atleta que um dia foi. Não uso a estatura como desculpa, pois Aaron Brooks, armador do Bulls, mais baixo que Huertas, consegue que seu adversário tenha queda de percentual de conversão de arremessos de 9.2%, isso mesmo, 9.2%!!!

    Conclusão:

    Julius Randle necessita de um trabalho específico na parte técnica, pois não lhe falta intensidade. Espero que a comissão esteja tratando deste assunto. Além de Metta, que serve como uma espécie de tutor, não descartaria contratar alguém do estilo Dennis Rodman para ensiná-lo alguns truques.

    Russell tem sua parcela de culpa pela falta de intensidade, mas também precisa de alguém para aconselhá-lo e incentivá-lo a despertar isto. E não só alguém que o procure, mas que seja receptivo para que o novato sinta-se à vontade para procurar também. Scott vem falhando constantemente nisto. A parte técnica com treinamento e dedicação pode ser evoluída. Jordan Clarkson, na temporada anterior (como novato), via seus adversários terem um percentual maior de conversão de arremessos sob sua marcação de +4.5%. Hoje é de +1%.

    Se fosse fazer uma projeção de jogadores que envolveria em trocas para melhorar o sistema defensivo imediatamente, Nick Young e Marcelo Huertas deveriam partir, mesmo que fosse por escolhas de 2º round ou jogadores que poderiam ser liberados.A promoção de Upshaw ou uma maior utilização de Tarik Black poderia ajudar a mover Bass para sua posição original, melhorando sua capacidade de contestação de arremessos. Se Upshaw conseguisse números parecidos com os de Nance Jr, teríamos uma melhora considerável neste quesito defensivo que discutimos aqui.

    E você, o que faria se fosse Scott para melhorar a questão defensiva? Comente!

    Fala aí!

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