Espalhe!
  • facebook
  • twitter
  • whatsapp
  • Bate Papo 0
    Renato Campos

    07 de Novembro de 2016 postado por Renato Campos

    o_anuncio_de_magic_johnson

    Para todos que tem mais de 30 anos, a simples menção da palavra AIDS ou HIV era praticamente sinônimo de uma sentença de morte. Quando Earvin Magic Johnson subiu no pódio do Forum de Inglewood há 25 anos, seu desafio não era mais enfrentar Larry Bird, Michael Jordan ou Isiah Thomas, e sim lutar contra a falta de informação, o medo, o preconceito.

    Apesar de já caminhar para a fase final da carreira até aquele dia, Magic ainda era o cara e a cara da NBA. A liga americana profissional de basquete tinha sido resgatada há 12 anos por um caipira loiro de Indiana e um jovem sorridente de Michigan.

    Selecionado pelos Lakers como a primeira escolha do draft de 1979, naquela altura Magic tinha conquistado praticamente tudo depois de uma década como profissional. Era o então recordista em assistências, dono de 5 títulos, 3 MVP´s da temporada, e havia participado de todos os All-Star Games desde a sua estreia.

    Magic revolucionou a posição de armador. Até então, era impensável um jogador com mais de 2 metros de altura ser capaz de coordenar um time de basquete com tanta leveza, coordenação e desenvoltura. Até a chegada de LeBron James, Magic foi o único jogador capaz de atuar nas 5 posições.

    Sua partida mais memorável continua sendo o jogo 6 das finais da temporada de calouro, quando substituiu o lendário Kareem Abdul-Jabbar e liderou os Lakers em uma épica noite. Como pivô, Magic fez 42 pontos, pegou 15 rebotes, deu 7 assistências, além de roubar 3 bolas. Um assombro.

    Magic revolucionou a maneira que as pessoas passaram a encarar o vírus HIV e a AIDS. Fez questão de falar, desde o primeiro momento, que era portador do vírus e já se postava como um verdadeiro porta-voz ao explicar as formas como a doença era transmitida.

    Mas a verdade é que essa revolução demorou a acontecer. Depois de conversar com a diretoria dos Lakers, com o comissário David Stern e com o amigo e rival Bird, em emocionada ligação, aquele momento na frente dos jornalistas seria melhor para Magic fosse alguns meses mais tarde.

    As pessoas passaram a evitá-lo, deixaram de abraçá-lo, a frequentar sua casa ou a dividir a mesa dos restaurantes. Para alguém como Magic, foi devastador. Seus fãs de verdade, no entanto, jamais o abandonaram.

    Naquela temporada de 1991-1992, foi o jogador com o maior número de votos para o All-Star Game e não houve maneira de proibi-lo de jogar. Em Orlando, em um dos dias mais emocionantes da história da Liga, o grandalhão voltou de forma triunfal e foi eleito o melhor jogador da partida.

    Depois de uma frustrada tentativa de continuar jogando pelos Lakers (houve protestos por parte dos jogadores, liderados por um hoje arrependido Karl Malone), Magic se concentrou em participar dos Jogos Olímpicos de Barcelona. Não só conseguiu como nos brindou com o maior time da História dos esportes coletivos.

    E foi a partir daquele verão de 1992 que todo o discurso dentro do ginásio dos Lakers começou a ser colocado em prática. Se antes ele era o cara e a cara da NBA, passou a ser o cara e a cara das campanhas de conscientização e informação a respeito do vírus HIV e da AIDS.

    Magic revolucionou sua própria condição. Hoje, o vírus não é mais encontrado em seu corpo. Se, no inicio dos anos 1990, AIDS era a sentença de morte, hoje é sinônimo de luta. Luta contra o preconceito, luta por uma vida normal.

    Nada mais justo que o porta-voz dessa luta tenha sido Earvin “Magic” Johnson.

    * Arthur Mello é apaixonado por basquete há muito tempo e teve a felicidade de ver Magic Johnson em ação ao vivo.

    O anúncio

    Documentário “The Announcement”, da ESPN

    Fala aí!

    Lakers Brasil: Desde 2006, tudo sobre o Los Angeles Lakers

    • Facebook
    • Instagram
    • Twitter
    logo labr