Campanha: 1 vitória e 2 derrotas
A primeira semana já acabou, e o Lakers enfrentou dois adversários com características semelhantes (Clippers e Pelicans) e um que apresenta diferente estilo de jogo (Suns). Como a semana foi curtinha, iremos analisar jogo a jogo tudo o que aconteceu. Respire fundo, e vamos com calma.
Clippers 108 x 92 Lakers
O primeiro jogo foi o clássico de Los Angeles, um rematch do último jogo da pre-season, só que bem diferente. Apesar do resultado muito desfavorável para o Lakers, aqui vai uma observação polêmica: o time não jogou (tão) mal como um todo. Eu sei, você deve estar pensando que eu sou clubista, ou estupidamente otimista, mas eu gostaria de uma chance de te convencer. Como? Com números. Saca só:
É seguro dizer que o garrafão do Clippers é um dos mais fortes da liga contando com Blake Griffin (que já quase foi MVP), e DeAndre Jordan (um pivô “das antigas”). E o que o Lakers tem a ver com isso? Bom, nosso time não tem um garrafão, pelo menos não defensivamente, que nos encha de orgulho, sendo que nosso “pivô reboteiro” é Julius Randle, com a incrível marca de 9.3 rebotes por jogo na carreira. Por isso, deveríamos ter sido “surrados” no garrafão. Ao contrário disso, “apenas” apanhamos um pouco. Em rebotes, por um exemplo, pegamos somente 7 a menos que o time adversário (59x52). Outros pontos positivos (ou nem tão negativos): lideramos em tocos (7 x 3), e em aproveitamento de arremessos (40,7% x 39,3%. Sim, é serio). Além disso, conseguimos manter o outro time fora da linha do lance livre (foram apenas 15).
Mas o Lakers perdeu esse jogo. Os motivos? Nossa péssima escolha de arremessos e as performances individuais decepcionantes. Eu te enganei um pouco, porque a estatística dos arremessos de quadra, não condiz com a realidade. Corey Brewer, por um exemplo, teve aproveitamento de 50% dos arremessos que tentou, fato. Mas também, tentou apenas 2 vezes. Brandon Ingram teve um aproveitamento de 20% (3/15) enquanto Lonzo foi pior ainda com apenas 16,7% (1/6). BI nos lances de ISO forçou muitos arremessos, e depois, quando estava livre, por falta de confiança, errou. Outros três pontos baixos que chamaram atenção: O time cometeu 19 desperdícios de bola; o posicionamento de Brook Lopez foi no mínimo estranho; e Julius Randle claramente não soube lidar com a reserva.
Lakers 132 x Suns 130
Por mais contraditório que seja, o time Angelino jogou pior, como time, do que no primeiro jogo, apesar da vitória. O Suns veio com a proposta de não defender absolutamente nada, e o Lakers gostou e entrou no jogo, dando um ar de “pelada” para a partida, tanto que foram 262 pontos marcados ao todo. Ambos os times apresentaram sérios problemas defensivos (ou não apresentaram defesa), e o LA voltou a não proteger o lado contrário ao da bola (weak side). Apesar disso, as performances individuais salvaram o time, e ofensivamente pudemos explorar diferentes oportunidades, já que a equipe do Arizona não defendeu nada. Lonzo se recuperou da péssima primeira atuação, ficando apenas a uma assistência a ser o jogador mais novo da liga a marcar um triplo duplo (29 pts, 11 reb e 9 ast). Brandon Ingram por sua vez também foi melhor, selecionando melhor os arremessos de quadra e mantendo um aproveitamento de 64,3% nos FG com 25 pontos.
Os pontos baixos: a falta de defesa; e, novamente, Randle. Ainda frustrado pela reserva, o PF do time californiano entrou mal no jogo e, no terceiro quarto, cometeu 3 faltas em menos de um minuto em quadra. Os pontos positivos: Clarkson mais uma vez mostrou consistência, assim como Larry Nance Jr. que conquistou a vaga de titular contribuindo muito para o ritmo ofensivo do time, sempre fazendo o passe certo.
Pelicans 119 x 112 Lakers
Se o garrafão do Clippers é um dos melhores da liga, aqui, sem sombra de dúvida estamos diante do garrafão mais dominante. Anthony Davis é um monstro, e DeMarcus Cousins um monstrinho. No jogo contra o Clippers o Lakers começou com uma defesa aceitável (para um primeiro jogo) e um ataque pífio; e contra o Suns, um ataque eficiente e uma defesa inexistente. Contra o Pelicans, os fãs do Purple and Gold, viram o pior dos dois primeiros jogos se somando. O time da Califórnia começou com uma defesa inexistente e um ataque pífio, e vimos mais do mesmo: Ingram mais uma vez perdido nas situações de ISO; e as bolas de três sem marcação machucando a defesa. Confesso até que a análise do jogo já estava até pronta: “Lakers joga muito mal, decepciona, etc, etc, etc.”. Mas o segundo tempo foi diferente. Até a equipe do LABR que assistia o jogo de forma sonolenta, acordou. Clarkson (24 pts e 5 ast; 55,6 FG%) e Kuzma (20 pts, 6 reb e 2 ast; 53,8 FG%) resolveram jogar basquete. KCP voltou para o time (cumpriu dois jogos de suspensão por dirigir embriagado), e contribuiu muito bem, tanto no score board – 20 pts com 63,6 FG% - quanto na energia e na defesa do time. Lonzo, talvez por causa de uma noite de baixo aproveitamento nos arremessos, insistiu em achar seus companheiros. Luke (em uma rara mudança de rotação) surpreendeu ao usar Randle como Center, e fez com que o jogador deixasse a apatia dos dois primeiros jogos, acertando 5 dos 6 arremessos tentados, e apresentando uma defesa decente. O time animou. Tirou uma diferença que chegou a ser de 22 pontos e virou o jogo. Não fosse um time tão inexperiente, talvez tivesse conseguido segurar a vantagem até o fim. Não foi o caso.
O Lakers acabou perdendo. Apesar disso, Clarkson e Kuzma mostraram seu potencial de mudar o jogo, enquanto KCP e Lonzo foram os melhores titulares, sendo que o rookie liderou o jogo em assistências (13), uma estatística bem interessante já que os titulares do LAL (com exceção do KCP), tiveram um aproveitamento horrível em lances de quadra.
Para um time que teve um training camp curtíssimo, e que praticamente nunca jogou junto, as performances não foram tão ruins quanto poderiam ser, e acredito que para um time na situação do Lakers, “só” ir mal, é bom. Vamos observar agora como será a próxima semana.