Campanha: 0-3
Uma sequência de jogos fora de casa é um dos mais pavorosos testes que um time da NBA pode enfrentar. Muitas vezes os times chegam a ficar mais de uma semana viajando, sem treinar, e são nessas semanas que as deficiências afloram. Como o Lakers se saiu na sua primeira prova? Dá uma lida!
Lakers 96 X 107 Celtics
O começo da semana para nós trouxe de volta o maior clássico da NBA. A grandeza, contudo, ficou só pela memória e lembranças de finais que ficaram para trás. A diferença do time Verde, maduro, com um dos melhores armadores, e um dos melhores técnicos da liga em relação ao Roxo e Dourado que engatinha, com um armador e técnico que têm muito a provar, se fez evidente logo no primeiro quarto quando o time da casa abriu 17 pontos de vantagem (33x16) arremessando 47,36% das bolas de 2 pontos (9/19) e 44,4% das bolas de 3 (4/9).
Não bastasse o excelente aproveitamento do time de Boston, parecia ainda que o Lucky, leprechaum mascote do time da casa estava à solta, já que toda bola que “sobrava” miraculosamente acabava na mão de um jogador celta, livre para o arremesso. Com certeza, não era sorte. A pressão de jogar no TD Garden, de entrar para a história do Clássico, e de se protagonista de um Lakers que precisa encontrar o caminho das vitórias claramente afetou os garotos. Eu falei em garotos e vocês logo pensaram em Lonzo, Brando, Kuz, Clarkson e etc. Eles também sentiram, mas o primeiro garoto que me veio à mente foi nosso técnico, que tem idade para estar jogando.
Se o time estava perdido em quadra, Walton não soube apontar o caminho de volta para a vitória. Desesperado, e com a desculpa da necessidade de pegar rebotes, Walton entrou com uma rotação esquizofrênica composta de Clarkson, Ingram, KCP, Brewer e Bogut (que depois teve Hart adicionado no lugar de KCP). O resultado? Nos exatos últimos 5:34 minutos do primeiro quarto o Lakers cometeu OITO desperdícios de bola, forneceu 15 pontos (Bogut fez duas faltas), e só marcou 5 pontos.
A partir da metade do segundo quarto, até quase o fim do terceiro quarto, o Lakers reencontrou sua defesa e teve como destaque o (ainda muitas vezes descontrolado) Julius Randle (acreditem se quiserem). Mesmo ainda instável, Randle foi o único da equipe que teve +/- positivo (+5). É bem verdade que não foi só a melhora do Lakers, mas também, a evidente piora do Boston que nos ajudou a chegar no placar. Do final do terceiro quarto até os primeiros minutos do último quarto foi quando o Lakers jogou melhor, chegando a se aproximar muito do placar. As últimas chances de virar a partida vieram quando dos 11:22 até os 8:33 do último quarto o jogo ficou 83X89 para o time da casa e o Lakers não conseguiu aproveitar a má sequência do Boston. Julius fez 85X89, e, daí em diante, foi só Boston.
Pontos Negativos:
O Lakers cometeu 21 desperdícios de bola sendo que DEZ foram no primeiro quarto (e 8 nos últimos 5 minutos do primeiro quarto). Dos 10 desperdícios do primeiro quarto, o Boston fez 11 pontos. Mas o maior ponto negativo foi o Walton. O técnico parecia desesperado e sem saber o que fazer. Eu sei, ele é novo. Mas de todo mundo, ele é o único que não pode “pipocar”.
Pontos Positivos:
Apesar de estar em quadra quase sempre contra um Boston reserva enfraquecido, Randle fez uma boa partida. Além disso, como o Luke Walton resolveu não aparecer, foi interessante ver o time do Lakers se reinventar dentro de quadra e permanecer no jogo até quase o final dele, mesmo depois de um primeiro quarto horrível. O nervosismo inicial deve ser tido como normal, não é todo dia que se joga um Celtics X Lakers.
Lakers 95 X 111 Wizards
Agora em casa, o time da capital fez questão de se vingar do Lakers. No primeiro quarto de partida o Lakers entrou mais ligado do que contra o Celtics (também pudera. Menos ligado seria impossível), e tivemos um jogo bem equilibrado, com o Lakers chegando até mesmo a liderar por 3 pontos de vantagem. Da metade do segundo quarto, em diante o jogo para o time de Los Angeles foi horrível. O mais perto que chegamos foi quando após uma bandeja de Randle, o jogo ficou 84X93 para o time do Wizards, isso aos 7 minutos e 57 segundos do último quarto.
Como o Lakers não conseguia devolver na bola, parece que os jogadores resolveram descontar na quadra. Essa é a única explicação que eu consigo encontrar para justificar o tanto de vezes que o time de LA amassou o aro na partida. Parece que o time Angelino queria quebra-lo. Foram 86 arremessos tentados ao todo, sendo apenas 31 certos (36%), sendo que de três fizemos questão de ser piores ainda, arremessando vinte e três vezes e acertando apenas TRÊS (13%) de aproveitamento.
Pontos Negativos:
O ataque em geral. A maioria dos jogadores teve uma péssima noite de arremessos, inclusive o novato Kuzma. Além disso, foram 19 desperdícios de bola a partida toda.
Pontos Positivos:
A defesa não foi péssima. É claro, quando se toma 111 pontos, também não é possível dizer que a defesa foi um primor, mas, considerando que nós assassinamos o aro, ceder apenas 8 pontos de contra-ataque é realmente bem satisfatório. Também tivemos 9 roubos de bola e 4 tocos. Um outro número interessante: dos 95 pontos que fizemos, 48 foram de dentro do garrafão. Luke Walton, espero que esteja lendo, o Brook é bom no garrafão, sabia?
Lakers 90 X Bucks 98
O Lakers fez sua melhor partida da semana, contra o pior time da semana. Contudo, isso não quer dizer que fizemos uma excelente partida e que o Bucks é ruim. Se fosse para classificar, eu diria que a partida foi “boa” com alguns pontos extremamente positivos.
O Lakers não fez um bom primeiro quarto, isso é verdade. Apesar disso, a vantagem do time da casa foi de apenas 7 pontos, isso porque, mesmo jogando mal no ataque a nossa defesa foi razoável, somando, inclusive, 3 tocos e 3 roubos de bola só no primeiro quarto. Apesar de um jogo relativamente morno, a torcida do time Angelino já teve um leve gosto de empolgação no primeiro quarto, principalmente por causa de um jogador: Lonzo Ball. O armador terminou o primeiro quarto com 6 pontos (100% nos arremessos, duas bolas de 3 pontos), 3 rebotes, 2 roubos de bola, 1 assistência e 1 toco. Ou seja, o Ball foi não só o melhor jogador do Lakers em quadra, como o melhor Lonzo que vimos em quadra, talvez até mais efetivo do que no jogo contra o Suns.
A partida seguiu interessante, sendo que até o começo do terceiro quarto, nada estava definido, já que a liderança da partida mudou de lado dez vezes, e tivemos 9 empates. Ball e Kuzma lideravam os titulares, sendo que Ingram voltou a fazer partidas ruins, o que não acontecia provavelmente desde a segunda partida desse ano. Apesar do esforço, um time que desperdiça a bola 21 vezes e erra 15 lances livres (22/37 – 59.5% de aproveitamento) não consegue ganhar um jogo. Jogo nenhum. O Lakers arremessou melhor que nos outros jogos (de novo, piorar não dava), e até melhor que a equipe adversária (41,9% X 40,7% nos arremessos de quadra, em geral, sendo 27,3% X 26,1% nos arremessos de 3). Mas, essa semana o mal do Lakers foram os desperdícios de posse.
Pontos Positivos:
Lonzo Ball foi o grande ponto positivo da noite. Eu não poderia deixar esse artigo sem lembrar que o novato fez o primeiro triplo duplo de sua carreira (19 pontos, 13 assistências e 12 rebotes). Aliás, ele se tornou o primeiro anista mais novo a realizar um triplo duplo, com 20 anos e 15 dias (recorde que antes era de Lebron com 20 anos e 20 dias). Além disso Lonzo se tornou o único jogador da NBA a colocar pelo menos 19 pontos, 13 assistências, 12 rebotes 4 tocos e 3 roubos de bola em um mesmo jogo. Na verdade, os recordes pouco importam, o que é realmente impressionante e importante é que ele melhorou, encontrou a confiança, e tem jogado uma defesa excepcional.
Pontos Negativos:
Novamente os desperdícios de bola, e também, o baixíssimo aproveitamento dos lances livres. Depois dessa semana, o time se tornou o segundo pior em desperdícios de bola, são 17.2% (só atrás do 76ers, curiosamente, times com jogadores novos comandando). Outro dado interessante: O Lakers tem um aproveitamento de 71,3% da linha do lance livre. Nas vitórias, o Lakers teve um aproveitamento de 75,2% e nas derrotas, 69,3%. Ou seja, estatisticamente, a média do Lakers está mais próxima da média das derrotas do que das vitórias, o que pode ser um ponto a ser analisado pela comissão técnica.
O que esperar dos próximos jogos? Deixe sua opinião, como sempre!