Dia 26 de janeiro de 2020 será um dia que ficará na memória de muita gente, vamos lembrar exatamente o que estávamos fazendo quando a notícia da morte de Kobe Bryant chegou ao nossos ouvidos. Não estou falando apenas de amantes do Basquete, mas para pessoas que amam esportes ou até mesmo pessoas com empatia por um jovem de 41 anos de idade e sua pequena filha Gianna de 13 anos. Tal paralelo que podemos comparar com a morte de Ayrton Senna.
Na excelente crônica do jornalista André Kfouri que disse “Kobe foi, simplesmente, o Michael Jordan de uma geração que não pôde assistir Michael Jordan” e é a mais pura verdade. Como amante do esporte eu amava odiar o Kobe, pois ele destruía o time que torço sem perdão e a genialidade é exatamente isso, ter a capacidade de fazer você amar odiá-lo. Temos diversos artigos que irão exaltar a genialidade de um dos maiores de todos os tempos e essa não a proposta deste texto, o que marcou muito essa tragédia foi a insensibilidade da liga em manter a rodada do domingo seguindo a premissa de “ The show Most Go On”.
Com a notícia de que a rodada da NBA seria mantida tive a curiosidade de procurar todas as transmissões disponíveis, e achei sensacional a homenagem, em todas as partidas, onde os times queimaram suas primeiras posses de bola de 24 segundos, para homenagear o companheiro. Na transmissão dos canais ESPN o narrador Rômulo Mendonça e o comentarista Ricardo Bulgarelli deixaram claro o desconforto.
O dinheiro mandou desta vez, sabemos que a liga é um negócio, mas ela jamais pode esquecer que esse “negócio” é feita por seres humanos para seres humanos. As reações de alguns atletas que mostraram descontentamento ao entrar em quadra tirando claramente o prazer do jogo para transformá-lo em um “trabalho”, que é exatamente o contrário que a liga quer passar com seu slogan “I Love This Game”.
O armador Spencer Dinwiddie dos Nets confessou sua crítica a NBA: “Eu pensei que eles seriam cancelados, mas a NBA é um negócio.”, P. J Tucker do Houston depois de sua partida disse: “Não me lembro muito do Jogo. Desculpem-me. Este jogo não significa muito agora.”
Kobe Bryant merecia muito mais da liga, e nenhuma ação que a NBA possa vir promover não irá apagar essa falta de sensibilidade. Diversas homenagens serão feitas no All-Star Game de Chicago, mas o meu sentimento será de grande vergonha, pois alguém que oxigenou a liga pós-Jordan merecia o devido respeito. A NBA deixou claro que o produto é maior que o ser humano, mas eles esqueceram que são as LENDAS que deixaram o produto interessante ao longo dos anos.
Por ter feito tudo aquilo contra meu time no seu último jogo...
Obrigado Kobe...
Por Raphael Philipe, 41 anos torcedor do Utah Jazz desde 1992.