Nesse capitulo falaremos do maior camisa 33 de todos os tempos, deixou sua marca pelos times que passou, foi considerado o melhor de todos os tempos na sua época e se sagrou uma das maiores lendas da NBA.
Ferdinand Lewis Alcindor Jr. Mais conhecido como Kareem Abdul-Jabbar, quebrou recordes e ganhou tantos títulos, que ao menos estatisticamente, é considerado o melhor de todos os tempos.
HIGH SCHOOL
Lew Alcindor, como ficou conhecido no seu início de carreira, teve atuações brilhantes desde o High School. Em Nova Iorque, defendendo a Power Memorial Academy, já se destacava ajudando a escola a quebrar recordes, como o de 79 vitorias e duas derrotas durante três anos. Nesse período, ele já carregava no peito o número 33.
NCAA e a “Lew Alcindor Rule”
De 1965 a 1969, Lew defendeu as cores de UCLA, mas em 1967 ocorreu um situação, no mínimo curiosa. A Universidade da Califórnia, Los Angeles, dominava a liga e tinha como principal arma Lew Alcindor, que com os seus 2,18m e um físico superior ao dos seus adversários enterrava com certa tranquilidade na cabeça de qualquer defensor. Por essa razão, a liga decidiu aderir a regra que proibia a enterrada, chamando-a de “Lew Alcindor rule”. Regra essa, que mudaria o rumo do basquete no futuro, pois Lew era, já naquela época, um pontuador nato. Com a proibição de uma das suas maiores armas, ele começou a desenvolver um movimento praticamente imparável, o arremesso girando perpendicularmente ao aro, jogando a bola suavemente com um movimento de varredura do braço mais longe do aro, em um arco ascendente com um seguimento que termina sobre o seu cabeça, ou para os mais íntimos, SKY ROOK. Movimento esse, que até os dias de hoje, ninguém conseguiu fazer com tamanha maestria, tornando a marca registrada de Lew.
No ano seguinte, 1968, o Lew Alcindor se converteu ao islamismo, o que no futuro acarretaria na sua mudança de nome, e boicotou os jogos olímpicos que foram realizados na Cidade do México, em protesto ao tratamento desigual sofrido pelos negros nos EUA.
Em 1969, como já esperado após ser campeão e MVP 3x, de 1967 a 1969, se declarou para o draft e foi escolhido pelo Milwaukee Bucks na primeira escolha geral. Alcindor perdeu apenas dois dos 90 jogos por UCLA, por motivos de uma lesão na córnea enquanto brigava por um rebote, na temporada de 67/68.
O IMPACTO IMEDIATO EM MILWAUKEE
Recém chegado na NBA, o Milwaukee Bucks havia feito uma temporada de estreia (1968) fraca com apenas 27 vitorias. Porém, no ano seguinte, já contando com o Big Lew, terminou a temporada com 56 vitorias e 26 derrotas, se colocando em segundo lugar do leste e chegando até a final da conferência, onde perderam para o New York Knicks. Nessa mesma temporada, Lew se sagrou novato do ano (ROY) e teve médias de 28,8 pontos e 14,5 rebotes.
Na segunda temporada de Lew e terceira da franquia, com o reforço via draft de Oscar Robertson na equipe, melhoraram ainda mais a campanha e Alcindor ganhou o seu primeiro título na NBA, MVP e MVP das finais, somando mais de 30 pontos de média. No dia seguinte à conquista, veio o anúncio oficial, agora seu nome seria Kareem Abdul-Jabbar.
Nas duas temporadas seguintes, Kareem conquistou novamente o prêmio de MVP. Porém, só conseguiu levar os Bucks para as finais uma única vez. Na temporada de 74/75 os Bucks não foram sequer aos playoffs, após essa mesma temporada, o dominante pivô pediu para ser trocado, alegando não se adaptar com a cultura da cidade e deu duas opções: Nova Iorque ou Los Angeles.
O BOM FILHO, A CASA TORNA
A primeira temporada na cidade dos anjos, em 75/76, não foi como todos sonhavam, individualmente ele foi o destaque, conquistando agora o seu quarto MVP, os altos e baixos da equipe comandada por Bill Sharman, fizeram com que a franquia sequer chegasse aos playoffs, ficando em 4° lugar na divisão do Pacífico. Na sua segunda temporada, agora sob o comando da lenda Jerry West, o time não só voltou a disputar os playoffs, como Kareem conquistou mais três MVPs, 76/77. No draft de 1979, os Lakers tiveram a primeira escolha geral e draftaram acertadamente Magic Johnson - escolha essa que faria do time de Los Angeles o mais dominante da próxima década, com oito aparições nas finais e "cincun" títulos.
O “SHOWTIME” LAKERS
Com a escolha de Magic Johnson e já tendo Abdul-Jabbar, o título da NBA veio de imediato e Kareem garantiu, aos 32 anos, o seu 6° MVP. A partir de 1982, o time toma uma das decisões mais acertadas e contrata Pat Riley como técnico durante a temporada.
Na temporada 83/84, Kareem ultrapassa Wilt Chamberlain e se torna o principal cestinha da liga de todos os tempos, título que carrega consigo até os dias de hoje. Na finais de 1985 vem uma das mais incríveis façanhas, (quase tão incrível quanto a sua épica luta contra Bruce Lee, em Jogo da Morte, 1978) como já vimos aqui no site, em um jogo 6 emocionante os Los Angeles Lakers derrotam o seu maior rival, que o derrotara nos últimos oito confrontos nas finais, Boston Celtics. Com uma partida impecável de Kareem. Agora, conquistando não só, novamente, o título da NBA, como o seu segundo MVP das finais. Em 87 e 88 vieram mais dois títulos da NBA, somando agora, 6 títulos para o The Tower of Power.
Veja também: Jogos do Lakers para rever: Jogo 6 das Finais de 1985
Em 88/89 veio a despedida, a última temporada da lenda na liga, mesmo se despedindo com uma derrota nas finais, nada poderia afetar a despedida dessa que é uma das principais caras da NBA de todos os tempos.
Sobre o mais dominante pivô do seu tempo, é importante frisar a consistência de Kareem, um dos jogadores mais regulares da liga.
- 38387 pontos, líder em pontos até os dias de hoje
- 17440 rebotes, sendo o 3° de todos os tempos no fundamento
- 3189 tocos, sendo o 3°, lembrando que até os quatro primeiros anos dele na NBA, a liga não fazia contagem de tocos
- 2° em jogos disputados, 1560
- 19 ALL-STAR, em 20 temporadas
- 15x ALL NBA TEAM
- 11x All NBA TEAM
“Quando um homem quebra recordes e vence campeonatos, enfrentando tremendas críticas e grandes responsabilidades, por que julgar? Vamos brindá-lo como o melhor jogador de todos os tempos”, Pat Riley.
Tomando agora a fala do próprio autor que vos escreve, e adaptando-a: Um homem com números incríveis, mas com um algo a mais que só os números não conseguem descrever. A frieza e eficiência de um homem que quando pegava a bola no poste baixo, todos sabiam o que iria fazer, todavia, ninguém o conseguia parar. Um homem que tem até hoje um movimento de arremesso, praticamente imparável ligado a ele, pois ninguém conseguiu fazê-lo com tamanha classe e eficiência. Um homem que vestiu e honrou o manto roxo e dourado como poucos. Senhoras e senhores, o Hall da fama e lenda da NBA, Kareem Abdul- Jabbar.