05 de Março de 2024 postado por Antonio Collar
Mais do que a confirmação do bom momento da equipe, com apenas quatro derrotas nos últimos 14 jogos, a vitória do Los Angeles Lakers sobre o Oklahoma City Thunder serviu para mostrar novamente a boa fase vivida por D’Angelo Russell. Antes contestado e especulado para trocas, o armador se estabeleceu como titular, sobreviveu à trade deadline e hoje é visto como peça fundamental antes das fases eliminatórias da temporada.
D’Lo esteve no quinteto inicial nas primeiras 28 partidas, mas não conseguiu se firmar. Com médias de 15.3 pontos e 38% de aproveitamento nas bolas de 3 pontos, viu seu nome vinculado a rumores que indicavam o interesse da franquia por outros jogadores, como Dejounte Murray, do Atlanta Hawks, e Zach LaVine, do Chicago Bulls. Chegou a ser colocado na reserva, situação que durou por seis rodadas.
A ida para o banco parece ter transformado o armador. Em seu retorno aos titulares, na derrota fora de casa para os Jazz, comandou a equipe com 39 pontos e oito assistências. A partir daí, passamos a ver em quadra sua melhor versão, com números superiores aos tempos de Brooklyn Nets, quando foi All-Star.
"Novo" D’Angelo Russell é um dos melhores arremessadores da NBA
Já foram 23 jogos desde o retorno do camisa 0 ao time principal, mostra bem parecida com a do início da temporada. Suas estatísticas, no entanto, apresentaram uma melhora significativa: 22.5 pontos, com aproveitamento de 44.4% nos arremessos do perímetro.
A vitória sobre OKC foi uma boa mostra do impacto que ele passou a ter dentro do grupo. Se antes havia uma dependência de grandes atuações de LeBron James e Anthony Davis todas as noites, hoje o elenco conta com coadjuvantes que também podem resolver no ataque. Russell, sobretudo. Foram 26 pontos para ele contra os líderes, com 45% nos chutes da zona tripla (5-11).
Desde 13 de janeiro, quando retomou a titularidade, ele é o nono atleta que mais arrisca arremessos de fora do garrafão na NBA, média de 8.6. É também o terceiro que mais acerta, 3.8 - apenas Stephen Curry (5.6) e Donte DiVincenzo (4.2) foram melhores no período.
Mais do que o volume, D’Angelo Russell tem se destacado pelo ótimo aproveitamento. Entre os 40 jogadores com mais tentativas desta forma desde a metade de janeiro, Luke Kennard (48.6%), do Memphis Grizzlies, foi o único que teve uma taxa de conversão maior. Como Kennard é o 39º no ranking de tentativas, é correto dizer que nenhum dos 38 que mais chutam consegue acertar mais do que o jogador dos Lakers.
Para se ter uma dimensão maior do feito, só outros dois jogadores no top 10 de tentativas conseguiram um aproveitamento acima dos 40%. Os nomes são Stephen Curry (41.9% em 13.3 arremessos) e Donovan Mitchell (40.3% em 9.3 arremessos). Nos últimos 23 jogos, ele também está entre os que tiveram mais performances de ao menos cinco bolas acertadas do perímetro, tendo alcançado a marca em oito oportunidades. Curry (12) e DiVincenzo (9) são os dois primeiros colocados da lista.
Números refletem no desempenho dos Lakers
No basquete, por vezes, as estatísticas são vazias. Não é o caso de D’Angelo Russell com o Los Angeles Lakers. Em um grupo que já conta com duas estrelas, a afirmação de um coadjuvante eficiente resultou também em um salto de produção coletivo.
Desde que o armador voltou ao time inicial, Los Angeles registra o segundo maior Ofensive Rating em toda a liga, média de 119.1 pontos a cada 100 posses. Somente o Boston Celtics (124.0) conseguiu superar neste aspecto. Para efeito de comparação, entre o início da temporada até 13 de janeiro, o Ofensive Rating dos Lakers era de 112.2, o 23º entre as 30 franquias. Um crescimento de cerca de sete pontos e mais de 20 posições na métrica que mede o poder de ataque.
O aproveitamento da equipe também melhorou bastante. Foram 19 vitórias nos primeiros 39 compromissos (48.7%). Se hoje a equipe está acima da barreira dos 50% é porque nos últimos 23 conseguiu sair com a vitória em 15 oportunidades (65.2%). Atualmente, 65% é um aproveitamento igual ao dos Clippers, que aparecem na quarta posição.
Ainda faltam 19 partidas para os Lakers encerrarem sua participação na temporada regular, e o calendário que vem pela frente é um dos mais complicados da competição. Mas se D’Angelo Russell e a equipe mantiverem o mesmo ritmo atual, subir mais algumas posições na tabela de não deve ser um problema.