25 de Novembro de 2024 postado por Renato Campos
O tempo de Russell Westbrook no Lakers foi tudo, menos tranquilo. Contratado com grandes expectativas, o ex-MVP enfrentou desafios intensos, tanto dentro de quadra quanto fora dela, ao lidar com críticas da torcida e da mídia. No último fim de semana, jogando agora pelo Denver Nuggets, Westbrook mostrou que deixou as mágoas para trás, mas não sem deixar sua marca em uma partida que foi quase pessoal.
Na vitória dominante do Denver sobre o Lakers por 127 a 102, Westbrook aproveitou o momento para exorcizar alguns demônios do passado. Durante o segundo tempo, quando o Nuggets arrasou o time de Los Angeles com um placar de 70 a 39, ele acertou uma bola de três e virou-se para a torcida, gritando: “Boom, seus p---s!”. Apesar de ser seu único acerto do perímetro na noite, a cena destacou a intensidade e a emoção que Westbrook ainda sente ao enfrentar sua antiga equipe.
Westbrook foi eficiente em seus 24 minutos de jogo, saindo do banco para somar 14 pontos, 7 rebotes, 11 assistências e um roubo de bola. Mais do que estatísticas, o impacto de Westbrook foi emocional. Para ele, derrotar o Lakers em Los Angeles, na frente de uma torcida que tantas vezes o criticou, foi especial.
Um passado complicado em Los Angeles
A chegada de Westbrook ao Lakers, em 2021, foi cercada de expectativas. Vindo de passagens impressionantes por Oklahoma City Thunder, Houston Rockets e Washington Wizards, o armador foi recebido como a peça que faltava para transformar o Lakers em um time dominante. No entanto, o ajuste nunca aconteceu.
Westbrook enfrentou dificuldades para encontrar seu espaço ao lado de LeBron James e Anthony Davis, e as críticas foram implacáveis. A torcida esperava um jogador decisivo, mas, na prática, viu um time que ficou fora dos playoffs e um Westbrook muitas vezes fora de sintonia com o resto do elenco.
Na temporada seguinte, ele aceitou o papel de vir do banco, algo que não fazia em mais de uma década. Ainda assim, a frustração tomou conta, e a relação se deteriorou. Westbrook acabou trocado antes do fim da janela de transferências de 2023, encerrando um capítulo tumultuado com o Lakers.
Renascimento em Denver
Agora no Denver Nuggets, atual campeão da NBA, Westbrook parece ter encontrado um ambiente mais estável para brilhar. Junto ao tricampeão de MVP Nikola Jokic, ele se estabeleceu como uma peça importante da rotação, contribuindo com médias sólidas de 11,3 pontos, 4,4 rebotes e 6,2 assistências por jogo.
Curiosamente, sua porcentagem de acertos em arremessos de três pontos, frequentemente criticada, está em 35,8%, a melhor de sua carreira. Isso é um sinal de que Westbrook, aos 36 anos, ainda tem muito a oferecer.
Um reencontro com mais história pela frente
A vitória de sábado foi o sexto confronto de Westbrook contra o Lakers desde sua saída, mas a primeira como jogador do Nuggets. Antes, ele havia enfrentado o time como parte do Clippers, onde sua passagem foi marcada por altos e baixos.
O próximo capítulo dessa rivalidade renovada está marcado para 22 de fevereiro, quando o Lakers buscará virar o jogo contra o Nuggets, equipe que dominou os confrontos recentes, com 13 vitórias nos últimos 14 jogos.
Para Westbrook, o triunfo no último fim de semana foi mais do que apenas uma vitória no calendário da temporada regular. Foi uma lembrança de que, apesar das dificuldades enfrentadas no Lakers, ele continua sendo um jogador de alto impacto, capaz de liderar e inspirar seu time em grandes momentos.
Se a história nos ensina algo, é que Westbrook não esquece. E o Lakers, por sua vez, terá que lidar com um adversário que, além de habilidades em quadra, traz consigo a motivação de quem já superou tempos difíceis e ainda tem algo a provar.