
12 de Fevereiro de 2025 postado por Renato Campos
Nos últimos dez jogos, o Lakers já vinha mostrando um poder de ataque impressionante: liderou a NBA em aproveitamento de arremessos (63,3%) e figurou no top 5 em rating ofensivo (120,9). De quebra, ostenta o segundo melhor plus-minus da liga no período, com +135. Agora, com a estreia de Luka Doncic na última segunda-feira contra o Utah Jazz, a empolgação está mais alta do que nunca: será que esse time pode ir ainda mais longe com um dos melhores criadores de jogadas do mundo?
Austin Reaves descreveu a chegada de Doncic como algo que pode ser “uma beleza de se ver” ofensivamente, e não é exagero. Afinal, Luka chegou à franquia com médias de 27,5 pontos, 8,2 rebotes e 7,7 assistências na temporada. A simples presença dele em quadra puxa a defesa adversária e abre espaços para os demais, o que pode elevar o padrão de jogo do Lakers — que já está em alta.
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Como Doncic transforma o ataque
O grande segredo de Doncic é a sua versatilidade. Ele pontua de vários jeitos, distribui assistências como poucos e ainda ajuda nos rebotes, algo raro para um armador. Na temporada passada, Luka foi o segundo maior assistente da NBA, conhecido por passes precisos, em ângulos improváveis, e que encontram companheiros completamente livres. Mesmo na sua estreia — considerada “discreta” para o que ele costuma fazer —, Doncic deu mostras de seu potencial ao conectar passes importantes para Rui Hachimura e um alley-oop para Jaxson Hayes.
LUKA TO HAYES FOR THE ALLEY-OOP SLAM!!
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THE FIRST ASSIST AS A LAKER FOR LUKA. pic.twitter.com/gQ8pZ02TOV
Falando em Hayes, o pivô titular do Lakers vem convertendo 69% dos arremessos nesta temporada. Não por ser um “mestre” da pontaria, mas por quase todos os seus pontos virem de enterradas ou finalizações próximas à cesta. Com Doncic comandando o ataque, essa tendência deve aumentar ainda mais, como vimos na estreia, quando Hayes cravou 12 pontos sem errar — todos em dunks e lances de lob.
O plano inicial do Lakers para reforçar ainda mais o garrafão passava por Mark Williams, mas a troca acabou sendo cancelada após o pivô não ser aprovado nos exames médicos. Ainda assim, o elenco conta com peças capazes de acompanhar o ritmo de Luka e aproveitar os espaços que ele cria, ainda mais agora com a chegada de Alex Lan para o lugar de Mark Williams.
Dividindo responsabilidades com LeBron
Uma das maiores vantagens de ter Doncic é aliviar LeBron James, afinal ninguém sabe por quantos anos mais o camisa 23 seguirá em alto nível. Antes, com Anthony Davis, a dinâmica envolvia um ala e um pivô. Agora, com Luka, existe a possibilidade de “alternar” os momentos de domínio da bola entre as duas estrelas — e até com Austin Reaves, que também gosta de criar jogadas.
Lebron James sendo deselegante para cima de Walker Kessler!!
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Doncic atrai a atenção das defesas e permite que LeBron atue mais tempo fora da bola, reduzindo o desgaste físico. O técnico JJ Redick vem testando formações que deixam LeBron ou Luka descansando enquanto o outro conduz o ataque. É uma solução quase inédita, pois raramente o Lakers pôde contar com dois criadores de elite ao mesmo tempo.
Claro que nem tudo são flores. Ajustar um jogador do nível de Luka a um sistema que já vinha funcionando requer tempo e adaptação, e há pouco mais de um quarto de temporada restante. Mas são problemas que qualquer franquia gostaria de ter. Com Doncic e LeBron juntos, o Lakers se coloca na briga pelos primeiros lugares do Oeste, encarando rivais jovens e ainda sem grande experiência nos playoffs.
O potencial é imenso, tanto no ataque quanto na maneira como o elenco pode se organizar para ir ainda mais longe. Agora, resta ver até onde Luka pode voar na Cidade dos Anjos — e, quem sabe, levar o Lakers a voos ainda mais altos.