
19 de Março de 2025 postado por Renato Campos
Durante boa parte do início desta temporada, o Lakers tentava vencer essencialmente na base da defesa e de um ataque mais conservador. Em algumas partidas, isso até funcionava, mas ficou claro que o time não tinha muita margem de erro — algo que o próprio LeBron James chegou a admitir em entrevistas.
A virada de chave aconteceu quando Luka Doncic chegou no mês passado. De acordo com o técnico JJ Redick, o Lakers passou a ter dois “supercomputadores” no elenco, juntando Doncic e James, além de Austin Reaves, que seria uma espécie de “computador de varejo feito para gaming pesado” em comparação aos outros dois.
“Problema de geometria” no ataque
Em reportagem do The Athletic, o jornalista Jovan Buha descreve como Redick via uma questão fundamental no ataque do Lakers:
“O Lakers, Redick sentia, tinha um certo problema de geometria (...) não era o suficiente para quebrar as defesas de forma consistente e gerar as oportunidades de 3 pontos de alta porcentagem que as equipes de ponta, como Boston e Cleveland, conseguem.”
LeBron James e Anthony Davis são grandes estrelas e atraem atenção defensiva, mas não geravam o volume ideal de arremessos de três, algo que faz cada vez mais diferença na NBA atual.
A revolução ofensiva com Luka Doncic
Com a chegada de Doncic, porém, tudo mudou. O armador consegue atrair marcações duplas e armadilhas que até mesmo LeBron raramente enfrenta. Isso se deve principalmente à sua habilidade de acertar bolas de três pontos no drible, o que obriga as defesas a se esticarem ao máximo para contestar seus arremessos longos.
“O superstar é talvez o principal especialista em pick-and-roll da liga. A maioria das defesas manda pelo menos dois defensores — se não mais — para a bola quando ele recebe um bloqueio. E quando fazem isso, Doncic tem várias opções para esmiuçá-los”, comenta Buha.
O resultado é que o Lakers se tornou muito mais perigoso nas assistências e, por consequência, ampliou as possibilidades de seu ataque inteiro.
When I tell you that Luka Doncic is a generational passer
— HeroOfTheDay (@Hero_OfThe_Day) March 18, 2025
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Aumentando o volume de arremessos de três
Outro efeito imediato da presença de Doncic é o aumento radical no volume de bolas de três:
“O Lakers está tentando 42,3 bolas de três a cada 100 posses desde que Doncic estreou em 10 de fevereiro, a segunda maior marca da NBA nesse período. Antes dessa data, o Lakers tentava 34,3 a cada 100 posses, o que colocava o time em 26º lugar na liga.”
Mesmo sem converter tantos arremessos de três de forma consistente, o Lakers já apresenta uma ameaça ofensiva maior. Além disso, as ausências de LeBron James e Rui Hachimura por lesão prejudicaram a fluidez do ataque, o que indica que a equipe ainda tem espaço para evoluir.
When I tell you that Luka Doncic is a generational passer
— HeroOfTheDay (@Hero_OfThe_Day) March 18, 2025
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O potencial assustador pela frente
No momento, o Lakers continua vencendo muito na base da defesa, mas a expectativa é que, assim que os arremessos começarem a cair com mais regularidade e o time correr melhor em transição, o potencial ofensivo cresça exponencialmente. A confiança de Redick no elenco passa justamente por esse poder de fogo não totalmente explorado, sobretudo pela presença dos dois “supercomputadores” (James e Doncic) trabalhando em conjunto.
Se LeBron e Hachimura retornarem saudáveis, e Doncic melhorar seu aproveitamento de longa distância, o Lakers pode se tornar um adversário realmente assustador para qualquer equipe na NBA. Conforme Redick resumiu bem: agora a “geometria” do ataque faz sentido, o espaço para os arremessos aumentou e o Lakers está, finalmente, no caminho para se tornar um time à altura das expectativas de seus torcedores.