
21 de Abril de 2025 postado por Renato Campos
Austin Reaves teve uma das evoluções mais consistentes e impactantes da temporada 2024-25 da NBA. Em sua primeira campanha como titular absoluto do Lakers, o armador bateu recordes pessoais, liderou jogos sem LeBron e Doncic, e transformou-se em uma peça vital na engrenagem ofensiva da equipe.
Ainda assim, no anúncio oficial dos três finalistas ao prêmio de Most Improved Player (MIP), o nome de Reaves não apareceu. A lista foi formada por Cade Cunningham (Detroit Pistons), Ivica Zubac (LA Clippers) e Dyson Daniels (Atlanta Hawks).
E a reação foi imediata: como um jogador não draftado, que se transformou em titular e peça-chave de um dos times mais vitoriosos do ano, sequer entra na disputa?
Números que mereciam destaque
Nesta temporada, Reaves teve médias de:
20.2 pontos
5.8 assistências
4.5 rebotes
1.1 roubos de bola
Com 46% de aproveitamento nos arremessos de quadra, 37.7% nas bolas de três e 87.7% nos lances livres
Além disso, o camisa 15 do Lakers:
Participou de 73 jogos com média de 34 minutos por partida
Registrou sua maior pontuação da carreira com 45 pontos contra o Indiana Pacers, liderando o time sem LeBron e Doncic em quadra
Os números por si só já justificam sua candidatura. Mas o que fortalece ainda mais o argumento é o contexto da sua jornada: Reaves não foi draftado, começou na NBA como um contrato two-way e precisou conquistar cada minuto em quadra. A evolução de um desconhecido para um jogador com médias de All-Star é justamente o que o prêmio MIP deveria representar.
O dilema Cade Cunningham e o “peso da expectativa”
A escolha de Cade Cunningham entre os finalistas reacendeu um debate antigo: jogadores escolhidos no topo do Draft, com grandes expectativas desde o início, devem ser elegíveis ao prêmio de Most Improved?
Embora Cade tenha feito uma grande temporada individual e conduzido o Pistons de volta aos playoffs, muitos argumentam que o salto de produção dele era esperado, afinal, trata-se de um número 1 geral do Draft. A comparação com Reaves, que veio do nada, é inevitável.
Zubac e Daniels: bons nomes, mas com menos brilho
Ivica Zubac e Dyson Daniels também têm casos sólidos. Zubac, em especial, virou uma referência nos Clippers com médias de duplo-duplo e influência defensiva crescente. Mas nenhum dos dois teve o impacto ofensivo ou midiático de Reaves, que se consolidou como terceira força do ataque do Lakers ao lado de LeBron e Doncic.
Mais uma injustiça com quem veio de baixo?
A ausência de Austin Reaves entre os finalistas reacende uma sensação amarga: a NBA ainda tem dificuldade de valorizar quem não foi “escolhido” no Draft ou não tem pedigree de estrela. Se Reaves tivesse sido uma escolha de loteria, talvez sua trajetória fosse tratada de forma diferente.
Mas como de costume, Austin prefere deixar sua resposta dentro de quadra. E se continuar jogando no nível atual nos playoffs, será difícil ignorar seu nome por muito mais tempo.