
13 de Abril de 2025 postado por Renato Campos
O último jogo em casa da temporada regular terminou como um presente para a torcida do Lakers: vitória dominante por 140 a 109 sobre o Houston Rockets, terceira posição no Oeste garantida, e a marca de 50 vitórias selada. Mas além do placar ou da festa, o que realmente ficou evidente foi a confirmação de uma ideia: o Lakers encontrou sua formação definitiva para os playoffs.
Sob o comando de JJ Redick, a torcida abraçou por completo o conceito de um basquete sem pivôs tradicionais. E à frente desse novo modelo está a chamada “death lineup”, formada por Luka Doncic, Austin Reaves, LeBron James, Dorian Finney-Smith e Rui Hachimura.
O quinteto, que tem sido cada vez mais frequente nos momentos decisivos, combina espaçamento, versatilidade e leitura de jogo em um nível que poucas defesas conseguem acompanhar.
O quinteto da morte: sem pivôs, mas com muito poder dentro de quadra
Nos últimos 10 jogos, essa formação foi a mais utilizada por JJ Redick. O único pivô fixo da rotação, Jaxson Hayes, começa as partidas, mas é normalmente substituído nos primeiros quatro minutos. A entrada de Finney-Smith transforma a estrutura ofensiva e defensiva do time.
“Eles espaçam a quadra como poucos. É difícil ajustar com formações maiores,” comentou o técnico do Rockets, Ime Udoka, antes do jogo de sexta-feira.
A estratégia é simples na teoria, mas devastadora na prática: com todos os cinco jogadores capazes de arremessar, atacar e passar, as defesas adversárias vivem em constante estado de “indecisão”, como definiu Redick.
E nessa indecisão, surgem os buracos.
Quando ajudar é erro, e não ajudar também
Os exemplos se acumulam. Contra o próprio Houston, Reaves arma o pick para LeBron em uma quadra totalmente aberta. Sem pivôs fixos, não há ajuda vinda do lado oposto, e LeBron tem espaço para um arremesso limpo.
Contra o Dallas Mavericks, mesmo enfrentando a dupla de garrafão mais física da liga, Anthony Davis e Dereck Lively II, o Lakers manteve o quinteto leve em quadra. O resultado? Um festival de cortes, passes rápidos e bolas de três abertas.
Doncic, LeBron e Reaves se alternam como ball handlers. Hachimura, com aproveitamento de 44,5% nas bolas de três no canto, obriga qualquer defensor a colar nele. Finney-Smith vira um pesadelo tático com sua versatilidade ofensiva e defensiva.
Segundo dados da NBA, essa formação acumula:
- +18.6 de net rating geral
- 124.9 de offensive rating
- +22.5 de net rating apenas no quarto período
Ainda há dúvidas na defesa, mas o ataque já dita o ritmo
Embora essa formação seja praticamente imparável no ataque, a principal preocupação ainda recai sobre o lado defensivo. A ausência de um protetor de aro mais tradicional exige muito de LeBron, Hachimura e Finney-Smith, especialmente em matchups contra pivôs dominantes ou times com rebote ofensivo forte.
Mas a aposta de Redick é clara: o ataque tem poder suficiente para compensar. E, até agora, tem funcionado.
Nos minutos finais contra Dallas, por exemplo, o Lakers explorou o espaço como poucos. No lance abaixo, Doncic atrai dois defensores, Reaves recebe no meio, e LeBron corta em velocidade. O resultado? Enterrada livre.
Um quinteto com identidade e confiança para os playoffs
Mais do que taticamente eficiente, essa formação tem identidade. LeBron comanda com sabedoria, Doncic com gênio criativo, e Reaves com inteligência e entrega. Hachimura virou sniper no canto. Finney-Smith é o termômetro silencioso.
Desde a chegada de Doncic na trade deadline, esse quinteto virou a base da construção de um novo Lakers. Um time mais fluido, menos dependente de um pivô fixo, e capaz de mudar o jogo com um único corte ou uma leitura rápida.
Com uma rotação clara, números sólidos e uma sinergia visível entre os cinco jogadores, o Lakers chega aos playoffs com uma vantagem tática que poucos times podem igualar. A “death lineup” de JJ Redick não é só uma opção: é o plano A.
E no Oeste, onde cada posse conta, Los Angeles pode ter encontrado a chave para ir mais longe do que nunca imaginou.