
01 de Maio de 2025 postado por Renato Campos
Com a temporada por um fio, o Lakers entrou em quadra na noite de quarta-feira com a missão de sobreviver. Mas, como se tornou padrão nesta série, o jogo foi novamente um problema sem solução. Derrota por 103 a 96, eliminação diante da torcida e um fim precoce para um time que sonhava alto.
Mesmo com Luka Doncic jogando no sacrifício após uma lesão nas costas no fim do primeiro tempo, o armador foi o motor ofensivo do time no terceiro quarto. Terminou com 28 pontos, nove assistências e sete rebotes, além de 12-15 nos lances livres. LeBron James contribuiu com 22 pontos, mas teve dificuldades nos arremessos de três (1-5). Rui Hachimura foi o destaque no perímetro, acertando cinco bolas de fora, enquanto Austin Reaves teve mais uma noite apagada (2-10 de três).
Vamos avaliar três pontos que foram cruciais para o fracasso do Lakers nos playoffs da NBA.
1. A ausência de um pivô custou caro
O técnico JJ Redick apostou no mesmo quinteto que usou sem substituições no segundo tempo do Jogo 4: Doncic, Reaves, Finney-Smith, LeBron e Hachimura. Jaxson Hayes, o único pivô ativo, ficou no banco. O resultado foi imediato e negativo.
Rudy Gobert teve uma atuação monstruosa, com 27 pontos, 24 rebotes e dois tocos. Minnesota venceu a batalha dos rebotes por 54 a 27 e anotou 20 pontos de segunda chance contra apenas 10 do Lakers. Mesmo com um aproveitamento péssimo nas bolas de três (7-47, ou 14,9%), o Wolves dominou no garrafão com 56 pontos contra 40.
Redick até tentou recorrer a Maxi Kleber, em seu primeiro jogo desde janeiro, para conter a avalanche física de Minnesota, mas a falta de tamanho e a falta de ritmo do jogador do Lakers, foi irreversível. O quinteto leve terminou a série com um saldo negativo de -10.9 no rating líquido. O problema, que já era conhecido antes da série, ficou escancarado.
2. Colapsos recorrentes no último quarto
Quando o Lakers trouxe Luka Doncic, a ideia de ter dificuldades ofensivas nos momentos decisivos parecia improvável. Mas a série mostrou o contrário: o time simplesmente parou de pontuar nos quartos finais.
Nos cinco jogos da série, o Lakers foi superado por 127 a 85 no último período, uma média de 17 pontos por jogo com apenas 29% de aproveitamento nos arremessos e 23% nas bolas de três. Foi a pior marca entre todos os times da pós-temporada.
Nos dois últimos jogos, LeBron e Doncic combinaram para 4 acertos em 18 tentativas no quarto final. Cansaço? Falta de planejamento? Seja qual for a explicação, o Lakers não encontrou soluções ofensivas quando mais precisou.
O ataque, que por momentos foi um dos mais eficientes da liga, virou uma sequência previsível de jogadas isoladas e sem movimentação de bola, facilitando o trabalho da defesa do Timberwolves.
3. Julius Randle foi o fator que ninguém esperava
Em uma série cercada por estrelas, Julius Randle foi o nome que pegou o Lakers de surpresa. E no Jogo 5, ele foi novamente decisivo: 23 pontos, cinco rebotes e quatro assistências, além de 8-16 nos arremessos.
Toda vez que o Lakers ensaiava uma reação, Randle respondia. Enfrentando defensores mais leves como Reaves e Doncic, usava o físico para atacar e gerar desequilíbrio. Contra alas mais altos, usava agilidade e explosão.
Randle terminou a série com médias de 22,6 pontos, 5,2 rebotes, 4,6 assistências e 39% nas bolas de três. Foi o pesadelo constante da defesa angelina, explorando os erros do esquema de trocas defensivas de Redick e forçando rotações que deixavam o time sempre um passo atrás.
E agora?
A eliminação precoce do Lakers levanta questões urgentes. A falta de um pivô confiável, os problemas crônicos no quarto período e a dependência excessiva de estrelas sem um sistema equilibrado são temas que Rob Pelinka e JJ Redick terão que resolver rapidamente.
Com LeBron envelhecendo e Doncic exigindo um elenco funcional ao seu redor, o tempo para ajustes é curto. A primeira missão da offseason é clara: buscar um protetor de aro dominante e reconstruir uma identidade defensiva.
A temporada acabou, mas as cobranças estão apenas começando.