04 de Junho de 2025 postado por Renato Campos
A decisão do New York Knicks de demitir Tom Thibodeau após cinco temporadas à frente do time acende um sinal de alerta que o Lakers e seu novo técnico, JJ Redick, fariam bem em observar.
Apesar de uma passagem sólida, incluindo quatro aparições nos playoffs e uma ida às finais de conferência, Thibodeau foi dispensado. A justificativa? A diretoria do Knicks acredita que ele não era o técnico capaz de levar a franquia ao título.
New York Knicks President Leon Rose released a statement after relieving head coach Tom Thibodeau of his duties. pic.twitter.com/mZ6BDoluTL
— Michael Scotto (@MikeAScotto) June 3, 2025
O recado para Redick: evitar o erro da sobrecarga
O ponto central da crítica à gestão de Thibodeau é bem conhecido no meio da NBA: a exaustão de seus principais jogadores. Durante os playoffs de 2025, os cinco atletas com mais minutos acumulados foram, todos, do New York Knicks: Mikal Bridges, OG Anunoby, Jalen Brunson, Josh Hart e Karl-Anthony Towns.
Em comparação, Anthony Edwards, do Timberwolves, foi o jogador de fora de Nova York com mais minutos, e ficou mais de 120 minutos atrás de Bridges na soma total.
Mais do que um simples dado curioso, esses números expõem uma filosofia de trabalho ultrapassada, que privilegia o desgaste máximo de suas estrelas, mesmo ao custo da saúde e do rendimento coletivo. Para JJ Redick, esse é o tipo de armadilha que precisa ser evitada desde o início de sua carreira como técnico.
Lakers também deu sinais preocupantes
Infelizmente, o Lakers não está distante desse cenário. Nos mesmos playoffs, três jogadores do time apareceram entre os 30 mais utilizados:
Luka Doncic – 41.6 minutos por jogo
LeBron James – 40.7 minutos
Austin Reaves – 39.3 minutos
A cena mais simbólica desse desequilíbrio veio no Jogo 4 contra o Minnesota Timberwolves, quando apenas cinco atletas atuaram durante todo o segundo tempo, sem qualquer substituição.
JJ Redick abruptly left the press conference after being asked whether he plans to rely on his Lakers assistant coaches for fourth-quarter substitutions. pic.twitter.com/M9n8HGXH9Q
— NBA on ESPN (@ESPNNBA) May 1, 2025
Redick, por ser um treinador novato, pode receber um pouco mais de compreensão, afinal, herdou um elenco limitado e tentou sobreviver com o que tinha. Mas a temporada 2025-26 será outra história. A expectativa é que o Lakers reforce seu banco e tenha opções mais confiáveis na rotação. Caso contrário, o time correrá o risco de repetir erros do passado.
O desgaste cobra seu preço, técnica e moralmente
O excesso de minutos compromete não apenas a performance física, mas também a química do grupo e a confiança do elenco no plano do técnico. Jogadores do banco, pouco utilizados, tendem a se desmotivar, e as estrelas sentem o peso quando o cansaço começa a minar suas decisões em quadra.
Foi o que se viu com Jalen Brunson, que chegou visivelmente exausto à reta final da série contra o Indiana Pacers, assim como LeBron e Doncic mostraram limitações físicas contra o Minnesota.
Aprendizado para o futuro
A lição que a queda de Thibodeau oferece é simples, mas valiosa: um time que pretende competir por títulos precisa ser construído com profundidade, inteligência e, acima de tudo, equilíbrio.
JJ Redick tem agora a chance de mostrar que aprendeu com os erros dos outros — antes que eles se tornem os seus.
Você acredita que Redick conseguirá montar um Lakers mais equilibrado em sua primeira temporada completa? Dê sua opinião nos comentários.