22 de Outubro de 2025 postado por Renato Campos
O discurso de JJ Redick durante todo o training camp foi claro: intensidade, foco e execução seriam as bases do novo Lakers. Mas, quando a bola subiu para valer na noite desta terça, o que se viu foi uma equipe com os mesmos vícios da pré-temporada. O resultado: derrota por 119 a 109 para o Golden State Warriors na estreia da temporada 2025–26 da NBA.
O jogo confirmou um padrão preocupante, um ataque desorganizado que depende quase exclusivamente de Luka Doncic e uma defesa permissiva que deixou o adversário à vontade no perímetro. O Warriors aproveitou e acertou 42,5% das bolas de três, enquanto Doncic brilhou sozinho, com uma atuação digna de MVP: 43 pontos, 12 rebotes e 9 assistências.
O velho pesadelo do terceiro quarto
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Se havia esperança de que os problemas do Lakers ficariam no passado, bastaram 12 minutos após o intervalo para essa ilusão desaparecer. O time repetiu o roteiro que marcou a temporada anterior: uma queda brusca no terceiro quarto. O Warriors iniciou a etapa com uma corrida de 17 a 4, ampliando a vantagem de um ponto para 17 em questão de minutos.
“O que vejo é uma tendência clara: continuamos sendo um time terrível no terceiro quarto”, admitiu Redick após o jogo. “Foi assim no ano passado, foi assim na pré-temporada. Precisamos repensar algumas coisas. É um problema de duas vias. os jogadores precisam estar prontos, e nós precisamos ajudá-los a estar prontos.”
Na temporada passada, o Lakers teve a oitava pior diferença de pontos no terceiro quarto em toda a NBA, com -124. Na pré-temporada deste ano, foi superado em todos os seis jogos nesse mesmo período. O padrão, infelizmente, se manteve.
Falta de entrosamento e decisões questionáveis
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Parte do problema é a falta de ritmo coletivo. “Esse foi provavelmente o segundo jogo em que jogamos todos juntos”, comentou Rui Hachimura. “O Warriors joga junto há quatro ou cinco anos. Essa foi a diferença. Estamos no processo e vamos melhorar.”
Embora seja natural que um time leve tempo para se ajustar, o Lakers desperdiçou as oportunidades ideais para construir entrosamento: os jogos da pré-temporada. Redick e a comissão técnica decidiram poupar titulares em cinco dos seis amistosos, priorizando a preservação física, uma escolha que, agora, cobra seu preço.
Com Marcus Smart e Gabe Vincent recuperados desde a primeira semana do training camp, o elenco estava disponível. Mesmo assim, o time principal atuou junto apenas uma vez antes da estreia, e o resultado foi um ataque travado e uma defesa sem sincronia.
Doncic brilha, mas o coletivo não responde
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Sem LeBron James (fora por lesão no nervo ciático), Doncic assumiu completamente o protagonismo ofensivo. O esloveno fez de tudo: controlou o ritmo, pontuou em todos os níveis e manteve o Lakers vivo por três quartos. Mas a falta de química entre as novas peças, como Deandre Ayton e Smart, ficou evidente.
“Ainda não tivemos tempo suficiente juntos como grupo completo”, reconheceu Austin Reaves. “Precisamos continuar construindo e aprendendo a jogar uns com os outros.”
Próximos desafios
O Lakers volta à quadra na sexta-feira (24) para enfrentar o Minnesota Timberwolves, primeiro de dois confrontos entre as equipes nos próximos quatro jogos. Redick e seu elenco sabem que não há tempo a perder, especialmente em uma Conferência Oeste tão equilibrada.
O treinador terá de equilibrar descanso e ritmo de jogo, mas uma coisa é certa: se o Lakers continuar repetindo os mesmos erros, o começo da era Redick pode se transformar rapidamente em mais uma decepção.



