05 de Junho de 2025 postado por Paola Zanon
Na noite desta quinta-feira (5) começam as Finais da NBA entre Oklahoma City Thunder e Indiana Pacers. Essa é a primeira vez na história da liga que duas equipes finalistas ficaram abaixo da taxa de luxo, que é a multa paga pelas franquias por estourar o teto salarial de US$ 141 milhões anuais. E isso deixa um grande recado para o Los Angeles Lakers.
Nesta temporada, nosso time precisou pagar a taxa de luxo, que custa cerca de US$ 170 milhões, para manter os salários de LeBron James e, inicialmente, Anthony Davis. Depois, a necessidade passou a ser por Luka Doncic.
A folha salarial do Lakers em 2024-25 ficou em torno de US$ 185 milhões, ou seja, US$ 13 milhões acima da taxa de luxo, o que vai gerar uma multa entre US$ 25 e 30 milhões. E mesmo com todo esse dinheiro, fomos eliminados na primeira rodada dos Playoffs, em apenas cinco jogos.
E tem mais: a maior franquia de Los Angeles é uma "tax repeater", que frequentemente ultrapassa o teto de gastos, gerando multas cada vez maiores a cada temporada. Está na hora de admitir que o Lakers tem uma grande dificuldade em administrar as finanças, que por enquanto, não estão trazendo o resultado esperado.
Mas isso pode mudar de acordo com as decisões de Rob Pelinka na offseason.
A situação financeira do Lakers
Para a temporada 2025-26 da NBA, apenas Luka e LeBron ocupam US$ 71 milhões. Ou seja, os outros US$ 70 milhões, teoricamente, precisarão ser divididos entre 13 jogadores —o que não será possível. Mas pode ser possível ficar dentro da taxa de luxo.
O Lakers precisa de um pivô de primeira linha, o que custará caro. Mas um bom pacote de troca vai aliviar um pouco a folha salarial. E nessa renovação que irá montar um time em volta de Luka Doncic, o mais importante não é ter outra superestrela, mas sim, role players que complementem seu estilo de jogo tanto no quinteto titular, quanto no banco —e isso não precisa sair caro.
Fim da era dos Super Times?
Um formato que funcionou bastante durante alguns anos na NBA foi o de "super time", com um Big-3 no elenco. Deu certo para Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers, por exemplo, mas já faz algumas temporadas que essa formação não tem mais dado certo.
O primeiro fracasso foi para a conta do Brooklyn Nets, que reuniu Kevin Durant, James Harden e Kyrie Irving. O time sequer chegou às Finais da NBA, e raramente o trio atuava junto por conta de lesões.
O exemplo mais recente que não deu nada certo é o Phoenix Suns, que juntou Kevin Durant, Bradley Beal e Devin Booker. Na primeira temporada juntos, eles foram varridos pelo Minnesota Timberwolves na primeira rodada do Oeste. Na segunda, não se classificaram nem para o Play-in.
Isso porque, com tantas estrelas reunidas, resta a outros times investir em jogadores "menores", mas que fazem a diferença, ou então, insistir em uma reconstrução "de berço" e ter a paciência de acompanhar a evolução —é o caso tanto do Thunder, quanto do Pacers.
Shai Gilgeous-Alexander e Tyrese Haliburton, hoje, são superestrelas, mas nem sempre foi assim. Ambos tiveram espaço e apoio para evoluir até que um elenco começasse a ser montado em volta deles. O atual MVP ainda teve a sorte de contar com uma bela escolha de Draft: Chet Holmgren, que tem apenas 23 anos, mas já é um dos principais jogadores do time. Já a estrela do Pacers contou com a adição de Pascal Siakam.
Ao olharmos para os dois times finalistas, vemos uma superestrela, um jogador secundário que não chega a ser uma superestrela, mas chama a responsabilidade, bons role players que adicionam profundidade e um banco produtivo. Ter um banco, inclusive, também é uma necessidade do Lakers.
O grande problema dos "super times" é a dependência que isso gera; se um deles se machuca, o resto do elenco se perde em quadra. Um super time de verdade precisa ter jogadores capazes de preencher uma ausência, independentemente do salário.